Giro pela Itália 2 – Florença

Duomo de Florença
(Todas as fotos pertencem ao acervo do autor do texto, exceto quando indicado.)
* Por Pedro Muriel Bertolini

Turma, hoje falarei um pouco sobre Florença, principal cidade da Toscana e berço do renascimento italiano.

Fazer uma descrição de Florença chega a ser um pecado: é um lugar mágico, difícil de descrever com palavras. A cidade tem que ser degustada com calma, como se fosse um bom vinho toscano ou uma escultura de Michelangelo. É uma obra de arte a céu aberto, reunindo em suas praças e ruas um vasto acervo de esculturas, fontes e igrejas com detalhes que fazem a gente se emocionar.

Pedro e o irmão passeiam à frente do Batistério.
Ao fundo, o Duomo. 
As atrações principais se concentram bem próximas umas das outras, o que facilita bastante conhecer tudo. Se quiser estacionar no centro histórico, esqueça! Você não vai conseguir achar vaga e ainda corre o risco de estacionar em vagas reservadas para moradores da cidade ou entrar em uma área só para pedestres. Muitas ruas são exclusivas para pedestres. Mas isso não é um problema, pois o transporte público é maravilhoso e totalmente acessível.

O centro histórico, onde estão as principais atrações turísticas, é bem acessível, tem algumas ruas de pedra, mas uma pedra mais lisa e totalmente possível de transpor.

Duomo
Para começar, deem uma volta pelo centro histórico e visitem o Batistério e o Duomo de Florença, monumentos adornados por Giotto. O Duomo de Florença é uma das coisas mais lindas e cheia de detalhes que já vi. Ambos são totalmente acessíveis; o cadeirante entra por uma porta especial e não paga nada. Aliás, não me lembro de ter pago ingresso para entrar em nenhum museu, monumento ou igreja da Itália. O acompanhante também não costuma ter que pagar o ingresso.

Após ter visto essas joias, caminhe até a Piazza della Signora e desfrute das feirinhas, tome um delicioso gelato e se encante com o Palazzo Vecchio, prédio de uma arquitetura singular. Andando mais alguns metros, deparamos com a Galeria degli Uffizi, um dos maiores museus do mundo e o maior da Itália. Neste museu/palácio, você encontra aproximadamente 50 salas com as obras de Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Donatello, Rafael, Giotto, Caravaggio e tantos outros. O museu é surreal! Além de ter um acervo maravilhoso, é totalmente acessível e nos brinda com uma vista linda de Florença.

Interior do Duomo

Piazza della Signora

Ponte Vecchio vista da Galeria degli Uffizi

Roberta, mãe do Pedro, na Ponde Vecchio

Palazzo Vecchio

Foi impactante ver a Medusa de Caravaggio no museu, pois já tinha visto a mesma obra na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte. Outra obra de fazer os olhos ficarem marejados é O nascimento de Vênus, obra-prima de Sandro Botticelli.

O nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli
(imagem extraída do Google)

Outro museu indescritível é Galleria dell'Accademia, que é totalmente acessível. Lá encontramos obras de Botticelli e também o Davi, famosa escultura de Michelangelo. Ela tem uma imponência absurda; parece que vai ganhar vida a qualquer momento. As veias das mãos são perfeitas.

O inacreditável Davi, de Michelangelo
(imagem extraída do Google)

Há uma sala com as obras do escultor Lorenzo Bartolini. Com esse sobrenome, deve ser meu primo, com certeza. Brincadeiras à parte, Lorenzo tem esculturas intrigantes.

O museu ainda nos proporciona um anexo, denominado Museu dos Instrumentos. É pequeno, mas muito bacana, contando com um violino de Antonio Stradivari, criador do famoso Stradivarius.

Detalhe de uma bela escultura de Lorenzo Bartolini
(imagem extraída do Google)


Após essa maratona cultural, ande até a Ponte Vecchio, que é linda e coberta, cheia de lojinhas charmosas. A ponte está sobre o rio Arno, o que nos proporciona uma visão maravilhosa do rio e do entorno.

Por fim, ande até o Palazzo Pitti e conheça o palácio e os jardins. A construção é acessível, mas chegar lá é um pouco complicado para um cadeirante sozinho, pois tem um morrinho para transpor.

O morrinho a que o Pedro se refere é a calçada inclinada do Palazzo Pitti

O jardim do palácio, denominado Jardins Bóboli, é um lugar de paz, beleza e contemplação, mas não é muito acessível, pois o piso é arenoso e tem várias subidas. Se você, assim como eu, aceitar esse desafio, terá, ao fim da aventura, uma vista sensacional da cidade.

Entrada dos Jardins Bóboli

Pedro e o irmão nos Jardins Bóboli


Tirando esse passeio, tudo em Florença é bem tranquilo para cadeirantes. Se você se emociona com igrejas, independentemente de professar uma religião ou não, encontrará na cidade verdadeiras joias. Um bom exemplo é a igreja de Santa Croce, onde estão enterrados Michelangelo, Maquiavel e Galileu Galilei. É linda, mas não sei se é acessível, pois não cheguei a entrar. Outra igreja deslumbrante é a Santa Maria Novella, próxima à principal estação ferroviária da cidade, que leva o mesmo nome. É muito bonita e acessível.

Para terminar, deixo um último conselho: se percam em Florença, não se apeguem a um roteiro fixo e imutável, deem chance ao inesperado, explorem a culinária e a cultura dessa cidade como se não tivessem mapas nem relógios. No próximo post, falarei sobre a encantadora Veneza, não percam! Arrivederci!


*Pedro Muriel Bertolini
é cadeirante, tem 26 anos, 
é formado em Relações Internacionais 
e apaixonado por viagens e livros.
Para saber mais sobre ele,
clique aqui.




Clique no link abaixo para ler o primeiro post da série Giro pela Itália:

Cidades Toscanas, por Pedro Muriel Bertolini


Comentários

  1. Puxa Pedro, viajei agora lendo seu post! Simplesmente encantador! Sempre tive vontade de conhecer a Itália, porém até o momento não tive oportunidade! Agora vou amadurecer a idéia!!! Abraços! Parabéns !!

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    1. Viviane, fico feliz que tenha gostado! A Itália será uma experiência incrível na sua vida! :)
      Abração,
      Pedro Muriel Bertolini

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