Turismo acessível em debate

Gramado (RS) é razoavelmente acessível para cadeirantes.

Fiquei surpresa ao receber, este mês, um convite para ser co-host em um debate que iria acontecer pelo Twitter. O tema seria acessibilidade nos destinos turísticos. Aceitei, mesmo sem saber exatamente do que se tratava... 

O convite partiu do Maurício Oliveira, jornalista, fotógrafo, editor do site Trilhas e Aventuras. Ele me explicou que a tarefa era simples: bolar algumas perguntas que usaríamos no dia 21 durante o chat no Twitter e convocar as pessoas para participarem. No final, os blogueiros que participaram são convidados a fazer um post sobre o assunto.

O chat pelo Twitter é bastante simplificado, por causa da limitação dos 140 caracteres. Então, as perguntas não têm como ser muito complexas, nem as respostas. O que se deseja, mesmo, é despertar a atenção para o assunto e motivar a reflexão.

Para postar, a pessoa acessa o Twitter normalmente e usa a hashtag #TurismoEmDebate. Ou acompanha por este endereço.  Aqui, o próprio site insere a hashtag.

Mesmo com bastante acesso para cadeirantes, o Forte de
Copacabana (RJ) ainda tem obstáculos difíceis de superar.
Nessa hora, a opção é contar com ajuda, apesar dos riscos.

O Turismo em Debate é uma blogagem coletiva com o objetivo de promover melhorias no turismo nacional. Durante todo o ano de 2012 serão debatidos temas relacionados ao turismo, sendo um por mês. Saiba mais aqui e aqui.

Integrar este debate é uma forma de participar da mudança que queremos ver no turismo brasileiro, ainda que seja pela mobilização de outras pessoas. O tema de agosto, de acordo com informações do Maurício, gerou 214 tuítes e alcançou uma audiência de 41.623 seguidores. Muito bom!

Algumas pessoas podem se perguntar: num país onde falta o básico para a pessoa com deficiência, se preocupar com turismo não seria futilidade? Somos categóricos em responder que não. Viajar, conhecer culturas diferentes, interagir são fatores tão importantes para a pessoa com deficiência quanto para qualquer outra. Para descansar, crescer, contemplar belezas, se divertir, expandir horizontes, fortalecer a autoestima com a superação de desafios. Como dizem os Titãs, a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente quer inteiro, e não pela metade.

Se uma pessoa que não tem dificuldade de locomoção pode superar 10 horas de voo com um toalete à sua disposição, por que eu não tenho o mesmo direito? Pago o mesmo pela passagem e não tenho acesso ao banheiro?

Por que não posso entrar nos lugares turísticos que outros frequentam? Não posso optar por utilizar ônibus intermunicipal em vez de avião? Por que não posso entrar no mar, como os demais? Será que um cego não pode escolher itens do cardápio sem que outra pessoa tenha que ler tudo para ele?

Não me canso de dizer: em algum momento da vida, todos teremos alguma deficiência. Gestantes, idosos, bebês, pessoas que fraturaram um membro: todos têm ou terão alguma limitação, alguma necessidade especial. Não seria melhor que preparássemos nossas cidades para todos? O que você pensa sobre isso?

O chat

Foram feitas 10 perguntas aos participantes, numeradas como P1, P2, etc. As respostas são numeradas como R1, R2 e por aí vai. A seguir, compartilho com você algumas. 

Parabéns ao Maurício pela iniciativa e obrigada a todos os participantes. São pessoas que, com certeza, se mobilizarão para exigir melhorias, denunciar o descaso, fortalecer esse movimento em busca de igualdade de condições. É assim mesmo que a gente conquista um mundo melhor. Para todos.

Quer ler todo o debate? Clique aqui!

Blogs que participaram desta blogagem coletiva:

Trilhas e aventuras | Turismo em Debate – Acessibilidade e inclusão nos destinos turísticos

Aventura Mango | Turismo de Aventura Acessível

Viajando com Eles | Acessibilidade no Brasil – O turismo com necessidades especiais

Eu Vou de Mochila | Acessibilidade no turismo

Para saber mais:

Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass)

Selo de acessibilidade hoteleira

Normas da ABNT para acessibilidade (disponíveis gratuitamente)

Mapeamento e Planejamento do Turismo Acessível - Ministério do Turismo 

Agência especializada em pessoas com deficiência auditiva

Turismo de aventura

Acessibilidade no turismo

Em João Pessoa (PB), fiquei surpresa com a acessibilidade
da orla e do centro de artesanato. Já o centro histórico não
oferece condições para o cadeirante. Veja a entrada da Igreja
N. S. do Carmo: uma rampa na porta, mas não há rebaixamento
para superar o degrau que a antecede...